Democracia?! Ideal legado pela amada Grécia, no período antigo, teve em Péricles, um dos filhos de Atenas, o seu mais explícito entusiasta e realizador, tornando-o digno de lembrança.
Péricles governou Atenas por trinta anos, as realizações e o grande desenvolvimento intelectual, artístico e material jamais tinham sido experimentados por seu povo. A democracia ateniense tinha algumas características nítidas, e para muitos, atualmente insignificantes: uma delas se refere ao conceito de cidadão, que são exclusivamente os homens filhos de pai e mãe ateniense; outra característica era o escravismo, os escravos vinham de guerras ou de dívidas; também o trabalho (manual) era considerado atividade menor.
Bombeiros do Rio de Janeiro após longo tempo recebendo migalhas como soldo decidiram levantarem-se e exigir, como trabalhadores e cidadãos brasileiros, salários dignos para uma vida íntegra e honesta, assim como manda a religião, a ciência, a nossa constituição. Os heróis, como assim são reconhecidos e se auto entitulam foram presos e agora estão soltos e sendo processados.
Médicos, dos hospitais do Rio de Janeiro, também com salários que são na verdade esmolas, decidiram juntarem-se aos heróicos bombeiros. Recordemos ainda que a classe ligada a saúde não conta com tamanha popularidade junto a sociedade fluminense nem junto à sociedade brasileira. Então não custa nada engrossar as fileiras dos bombeiros, que são heróis, e de quebra os médicos ganharem um pouco de simpatia e talvez uma reposição salarial, pois aumento real, creio que nenhum político deseje efetivamente oferecer.
Por fim, a mais nobre, elegante e desprezada categoria da educação estadual também vem a engrossar as fileiras do “apoio” aos bombeiros, pegar a “ponga” e agregar algum valor pra si, ou mesmo, fazer-se enxergar.
Professores, que, respectivamente, recebem menos que Bombeiros e Médicos, na esteira dos efervescentes acontecimentos com os nosso heróis “vermelhos” , decretaram greve por tempo indeterminado. Como se alguma greve se iniciasse com a definição de início, meio e fim.
Então houve a primavera Árabe em 2011, os ventos do Levante sopraram por toda a Europa e o que se chama política ganhou mais um capítulo na sua longa trajetória. Varridos, destronados ou mesmo abandonados os tronos de ditadores, califas ou xeques, por uma onda avassaladora de liberdade. O Oriente Árabe ofereceu ao mundo um evento histórico e contundente, de como o desejo de liberdade e justiça são superiores a qualquer dogma.
Jovens, idosos, crianças do Ocidente europeu erguem os olhos na direção do céu do Oriente numa noite de lua crescente, e são envolvidos pelo desejo e pela necessidade de também se levantarem de suas poltronas onde antes assistiam TV, e seguem para as praças afirmando: é preciso recriar, é preciso reinventar, é preciso criar, uma nova política, uma nova democracia, uma nova sociedade que sirva à vida, ao homem, à felicidade.
Enquanto isso na cidade maravilhosa do Rio. Rio ironicamente com a notícia do “O Globo”, em 11/06/2011: